AKKA ZZU

Interesso-me por arte e por muitas das suas múltiplas formas de expressão, desde que me conheço. Mas, nomeadamente a música, tornou-se mesmo a minha linguagem predilecta e através da qual melhor comunico. Desde os tempos das aulas de solfejo no Centro Cultural de Algés - Palácio Anjos, até às aulas de bateria na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, foi um passo. Concertos aqui e ali, depois a aprendizagem da percussão, que de modo essencialmente auto-didacta, resgatou as minhas orgulhosas raízes africanas. Foram muitas as discotecas onde actuei, como percussionista, de norte a sul do país. Como baterista percorri pequenos agrupamentos de jazz, mas também explorei a popmusic, o rock, algumas variantes do metal e do hard core, de resto por onde comecei.

Mais tarde, a música de dança cativou-me ainda mais. Com o curso de produção musical e de DJ profissional, ambos tirados na já extinta Escola Dancefloor, no Parque das Nações em Lisboa, o caminho de produtor intensificou-se. O desejo de aprender piano surgiu e acabei por perder o medo, improvisando apenas e como auto-didacta.

Assim, comecei a dar corpo a velhas melodias que escutava na minha mente, décadas a fio. Sempre a solo e com a assinatura AKKA ZZU – essencialmente e entre outros significados, uma alteração gráfica sem perder a sonoridade da palavra ACASO – uma das minhas velhas assinaturas, que entre outros segredos guarda em si as iniciais do meu nome: “A” de Armando; “CA” de Cardoso e “SO” de Soares.

Mantive, no entanto, a colaboração com o músico que há mais anos compõe em conjunto comigo - de sua assinatura DAMASTET - num velho projecto comum e igualmente de música cinemática, em trabalhos de estúdio de enorme complexidade, que pediram muito tempo, equipamento e dedicação. LISBON SOUN DELUSION é esse alterego vivo, com espaço para o transe psicadélico, ou no design de múltiplas texturas cibernéticas, cumprindo por vezes alguns protocolos para a concepção de minucioso trabalho terapêutico. Tudo, a fim de estimular precisamente a glândula pineal em quem escutar estas sonoridades. Afinal, a música é, tal como está sobejamente comprovado, um poderoso caminho para induzir os Estados Ampliados de Consciência. Quer utilizado em eventos festivos, em sessões individuais e em contexto clínico ou em sessões conjuntas, o som é um instrumento de excelência para a mudança de estado.

O tempo tem sido curto para o design de novos temas, mas a juntarem-se às várias horas de música original já produzida e arquivada em vários GB nos computadores do estúdio, alguns temas já viram a luz do dia. Aqui ficam agora, para degustação dos apreciadores.