Há dias assim.
Dias que surgem sem sabermos quando e qual reflexo dos nossos sentires, se alojam e ganham corpo.
Há dias assim, em que décadas de certezas, são substituídas por outras que aos poucos de nós se vêm apoderando.
Há dias assim, em que a noção do que é certo e do que é errado assumem um papel ainda mais determinante, essencialmente para nós…
Porque todos somos sol e sombra.
Porque todos somos o bem e o mal, a verdade e a mentira, a luz e a escuridão.
Mas é afinal apenas a nós, que compete a escolha do Caminho e após essa decisão, o seu consequente “caminhar”.
Estou pois habituado desde sempre, a registar essas epifanias – vulgo termo agora mais em voga.
E essas aparições epifânicas, para mim nunca surgem delicadamente, mas antes em “formato tempestade”, tal é o abanão que causam.
Aos poucos, a consequente passagem do tempo com os naturais efeitos que produz em mim, foi-me ensinando a compreender essas tempestades.
Foi-me ensinando a aceitá-las, a desnudá-las e a incorporá-las aos poucos no meu dia a dia.
Sejas pois uma vez mais: bem-vinda.
Acolho-TE, querida tempestade.
Desta vez, sem medos.