Onde está o conhecimento?
Na sociedade capitalista em que se vê mergulhada a Europa e o mundo “dito civilizado”, é precisamente onde se encontra a crise de valores. De carácter. De princípios.
Onde a espiritualidade é secundária, pese embora o processo de despertar em que nos encontramos felizmente, agora.
Nos países subdesenvolvidos, “como lhes chamamos”, precisamente essa espiritualidade faz parte do dia a dia, como por toda a África por exemplo.
Chocam a muitos as imagens da Índia, ou mesmo de todo o Oriente, com a sua sobrelotação e costumes diferentes. Mas na verdade… lá também são bem mais espirituais que nós.
Que “nós”, como quem diz, porque há muito que não sou de “cá”, (se é que algum dia fui, nessa matéria).
O que é afinal o “desenvolvimento”? Mais automóveis, mais casas, mais telemóveis, mais lojas de roupa, mais poder de compra?
Ou será ainda a nossa (ocidental) educação que privilegia a competitividade entre todos, que desvaloriza o desporto ao nível que deveria estar, o auto-conhecimento, a aprendizagem da meditação, ou o estudo da arte e da cultura e que fomenta o conceito da escola como: “fábrica de cópias uns dos outros”?
Dir-me-ão que nesses outros países há fome. Há sede. Há analfabetismo. Há doenças que teimam em persistir.
Mas toda essa fome, essa sede e afins, não será fruto precisamente da ganância, estimulada, financiada, suportada pelo Ocidente?
O conhecimento onde está afinal?
…Reside em NÓS e na possibilidade de nos libertarmos! De nos desamarrarmos de todos os chavões e preconceitos, com os quais temos sido continuamente alimentados e de procurar a VERDADE para além do óbvio. Sem dogmas, sem sofismas.
Na realidade, para quem se busca interiormente, é indiferente onde se vive. Mesmo a educação que se teve, ou a família que o educou, quando finalmente se acorda.
Quando “o despertar” verdadeiramente surge, é impossível fecharmos-lhe a porta. Recordamos isso sim, o tempo em que adormecidos estivemos e sem mais perdas de tempo: de imediato caminhamos.
Sei que tive muita “sorte” em vários aspectos que me conduziram ao ponto onde me encontro. Tenho pois a óbvia tarefa, de auxiliar todos quantos a não tiveram, a que rapidamente aqui cheguem e me “ultrapassem”.
Afinal, grande parte da alegria na caminhada, é precisamente: a de observar e sentir os(as) outros(as), também caminharem.
Um percurso que é sempre individual, mas que pode ser feito sentindo outra(s) energia(s) por perto, nem mais à frente nem mais atrás, isso sim: em paralelo.
E quão bem sabe.