O tempo avança e não volta atrás.
Inúmeras vezes sou invadido por uma nostalgia feroz. Imagens de outrora, recordam-me vivências presas num espaço-tempo, do qual só eu detenho a chave.
Mas também me chegam reflectidas outras imagens neste espelho… imagens “do que poderia ter sido” ou “do que já não será“, fruto das opções que vamos tomando ao longo da vida, das pessoas que se vão afastando, dos caminhos que vamos seguindo.
É uma estranha saudade, esta, “do que não vivi“. Do que possivelmente: já não viverei.
O futuro faz-se construindo e edificando a cada dia que passa. Os erros que cometemos, especialmente quando os compreendemos, definem-nos através da memória da dor, marcada no nosso corpo espiritual.
Há karma que podemos alterar… outro não. Mas que ao menos estejamos conscientes, para que uma vez alcançado esse estado, quem sabe suprimamos algumas falhas. E cresçamos, um pouco mais.
O perdão tem que surgir, primeiro que tudo a: nós mesmos. De NÓS, para nós…
Nem sempre é fácil, especialmente quando o EU espiritual ganha ainda a sua consistência neste débil corpo físico, que se atrapalha, escorrega e cai por diversas vezes.
Mas se persistirmos no objectivo, algum dia se fortalecerá e não mais escorregará!
Chegamos ao ponto derradeiro do mergulho em oceanos de dor, é certo… mas sorrindo: porque a cada dia existe a possibilidade de um novo recomeço. De um novo princípio.
E quando olhamos para trás… que viagem, esta!
Com as condições que tínhamos, podíamos fazer melhor? Certamente! …e não o fizemos…
Mas… e agora que novamente avaliámos, despertámos milimetricamente mais um nível e já o sabemos?
Resta-nos uma vez mais, tantas vezes quantas necessárias forem:
R E C O M E Ç A R