#99 Compromissos de fé

 
Sempre apreciei a figura da Madre Teresa de Calcutá e não deixa de ser curiosa a forma como sempre exprimiu o seu carinho para com os desamparados, a sua vida asceta e o extraordinário sentido de humor com que brindava muitas das vezes os que com ela se cruzavam.
 
Disto lembrei-me, a propósito da última mensagem de um amigo meu que normalmente me envia textos de teor cristão, sendo sem dúvida um dos poucos que me lembro nos fóruns onde circulo, de afirmar a sua fé com toda a vivacidade e crença firme, desde tenra idade.
E admiro-o por isso. E gosto bastante dos textos que me manda. Aliás, disso já falei uma vez, ainda que noutro fórum do ciberespaço por onde já não viajo.
 
Também eu fui educado na fé da Igreja Católica Apostólica Romana, não obstante hoje em dia me afirmar noutro ponto da minha evolução espiritual. Mas relembro muito do que lá aprendi e muito faz ainda sentido. Outras coisas, não. E em definitivo.
 
Na verdade, em diversas religiões encontramos pelo menos um propósito positivo, ainda que não raras vezes seja deformado pelas suas instituições, pelos seus emissários e representantes.
 
Mas a verdadeira Fé, não está refém de qualquer credo ou Igreja. É uma prática espiritual individual, íntima e inabalável. Não nos formata, não nos escraviza, mas sim enaltece a diferença que cada um de nós apresenta, enquanto ser único e insubstituível neste mundo.
 
A verdadeira Fé, não se veste de ouro, nem se cobre de jóias preciosas. Não descrimina, não condena. Não faz a guerra. Não culpabiliza. Não afronta. Não reduz, não segrega, mas sim: acrescenta. 
 
Encontramos pois em nós, a verdadeira Fé original, quando perscrutamos na nossa essência. Quando amamos. Quando temos compaixão. Quando meditamos. E quando tentamos ser felizes, evitando magoar os outros, mas sim ajudando-os inclusivamente na sua caminhada.
 
Nessa Fé: acredito. 
 
E é essa palavra que levo a todos(as) com os(as) quais me cruzo e cruzarei até ao último dia da caminhada (desta).