Este um texto (breve) sobre o livre pensamento e sobre a liberdade de opinião:
1. Condeno veementemente os ataques perpretados em França, a um jornal cujo “crime cometido” é parodiar, brincar e utilizar a sátira e o humor, de uma forma assaz inteligente e versando tudo e todos… e não apenas alguns. Concorde-se sempre ou não com as caricaturas: devem ser livres de o fazer. SEMPRE;
2. Condeno todo e qualquer tipo de violência, em toda e qualquer situação, com excepção de legítima defesa;
3. A política e a religião, lamentavelmente ao longo da história, têm-nos habituado a derivas de fanatismo, cuja base alegadamente ideológica de uns e de outros, serve para alimentar e justificar actos de violência e/ou atrasar/limitar o avanço social. Veja-se o exemplo “cristão” das cruzadas cristãs no passado com as conversões à “fé” pela utilização da força; da inquisição; da queima e proibição de livros; nos atrasos científicos vários, etc, etc.
Outras religiões a coberto da fé (chame-se o livro sagrado “Tora”, “Bíblia”, “Corão”, ou outros) demonstraram também até que ponto são capazes de ir, para tentarem impôr a sua “verdade”.
Todos, julgo eu, temos presente o eterno conflito entre a China e a população pacífica do Tibete – uma vez mais, a religião no epicentro…
No caso do alegado “Estado Islâmico”, (que alguns tentam desesperadamente impôr, uma vez mais pelo uso da força, pelos assassínios, pela política do medo), temos novamente uma deriva fanática religiosa que se julga detentora da verdade.
TODAS as religiões ou partidos políticos que tentem impôr a sua “verdade” através de qualquer forma de violência física, estrutural, ou mental, são condenáveis à luz da mais elementar Liberdade.
Não quer isto dizer que as leituras de uns, sejam as leituras de outros. Que “ter-se fé neste ou naquele Deus ou em nenhum, seja errado”.
O que não podemos, é impôr a nossa verdade a ninguém, nem atentar contra a liberdade individual de cada um.
…Mas como se “combate” gente que não tem medo de morrer? Sinceramente, sinto que estamos numa espiral de violência que não irá nunca acabar bem… mas o que sei, é que a liberdade não tem preço.
Jamais terei medo em ser livre, pague ou não esse preço com a vida, sendo que para defender a liberdade de todos (mesmo os que de mim discordem, poderem livremente de mim discordar) irei sempre até ao fim.
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* Ia falar do Gustavo Santos (sabem quem é?) e do que ele escreveu sobre o atentado em França… Mas como nem sempre discordo com ele (no meio de uma infinitude de pensamentos e verborreias pseudo-intelectuais, às vezes até acerta) neste caso quero acreditar que quis só ir contra a corrente e ganhar mais exposição pública. Claro que se pensa como diz (é livre), eu sou livre de achar que ele é estúpido.
Mais uma nota que saúdo: foi a de saber que a Maçonaria em França (Grande Oriente) está activa no combate pela defesa dos ideais que proclama também como seus, desde a sua fundação (Liberdade, Igualdade e Fraternidade) ao contrário de tantas “pseudo-maçonarias” que conheço e “pseudo-maçons” de meia tigela, que nada mais querem que não fazer negócios e contactos para as suas vidinhas.
Não é essa a Maçonaria de homens e mulheres livres e justas, que acredito ainda existir; tal como não é o Islão que acredito apesar de tudo existir, quando vejo estes ataques bárbaros; ou a Igreja Católica de Roma, renovada, quando folheio os livros de história no passado; ou mesmo alguns partidos políticos que acredito que não sejam o espelho dos seus líderes e de muitos dos seus dirigentes. Podia continuar por aqui adiante! Sem parar.
Não é essa a Maçonaria de homens e mulheres livres e justas, que acredito ainda existir; tal como não é o Islão que acredito apesar de tudo existir, quando vejo estes ataques bárbaros; ou a Igreja Católica de Roma, renovada, quando folheio os livros de história no passado; ou mesmo alguns partidos políticos que acredito que não sejam o espelho dos seus líderes e de muitos dos seus dirigentes. Podia continuar por aqui adiante! Sem parar.
É nos momentos mais difíceis que se demonstra a força e a pureza das instituições, que naturalmente são sempre o espelho das atitudes dos seus membros. Por isso é difícil acreditar-se no que quer que seja, contaminadas que estão todas as instituições e generalizada que está a apatia de muita gente de bem, que as compõe.
A esse propósito, naturalmente o Papa Francisco muito tem feito pela renovação da imagem da Igreja Católica, parecendo apontar no bom caminho, com excepção grave de não ter recebido o Dalai Lama em audiência. Isso foi um péssimo sinal de não convergência religiosa, numa corrente que tanto tenho em comum, como é o budismo.
Quanto à França, à Liberdade e ao medo que nos querem impôr através da força: NÃO NOS VENCERÁ! NÃO ME VENCERÁ!
Antes morrer de pé, que uma vida inteira de joelhos!
A bem da humanidade,
Até já.