#184 O Beijo que morreu

 
Perdido, ganhou coragem e levantou-se, determinado. 
Estava decidido a mudar, o até agora: triste fado.
 
Contemplou e sorriu
 
de alguma forma seria diferente
o tempo afinal havia passado.
 
 
Uma nova vida, é uma nova vida.
Inclinou-se e abraçou,
 
o horizonte cheio de nada
 
 
caiu no vazio
beliscou o zero
e
 
 
constatou que o beijo não havia morrido
porque sequer ainda não havia nascido.
 
 
É que:
 
 jamais pode partir: 
 
 
 
 
 
quem nunca se atreveu a chegar.
 
 
 
 
 
 
* Vi esta imagem publicada no mural de uma velha amiga e inspirou-me a produzir este pequeno texto, bem diferente da concepção da imagem, que alegadamente aponta para uma nota de humor (que também subscrevo). Mas é isso que é belo nas palavras… podermos revisitá-las e significá-las a nosso bel prazer. Consoante os nossos sentires… ganham vida e não nos pertencem. 
 
São livres e voam… até caírem no peito de alguém.