Passamos a vida inteira a fugir de nós. De nós mesmos. Até que enfim, nos lembramos…
Pelo meio: avanços e recuos. Eternas partidas e derradeiras chegadas. Dores, lágrimas mil… Mas também alguns sorrisos, que valem bem por todas as lágrimas enxugadas.
No capítulo das partidas, têm sido anos duros. Muito duros, até. Este ano continua a sua senda costumeira, premiando-me com a dor habitual. (nada de novo, afinal)
Pelo menos, compreendo melhor os fenómenos do apego e da aversão. E liberto-me agora, com maior desenvoltura e rapidez dessas armadilhas.
Volta e meia, a vida surpreende-me e traz algo de novo, mas na realidade sinto que estou numa espécie de loop contínuo. Certamente também por culpa minha. Porque… me esqueci.
E s q u e c i – m e . . .
Estou por isso, cada vez mais de regresso ao Templo. Com maior frequência e regularidade.
Regresso a esse Templo, que fui construíndo interiormente, pedra sobre pedra, ao longo dos anos. Por vezes encontro-o abalado, mas jamais destruído.
Talvez também por isso, haja ainda lugares onde nunca fui, mas que reconheço e sei de cor como são… Isso, não obstante quase lhes tocar e sentir o cheiro.
Na verdade, aos poucos a viagem vai sendo feita e as malas vão sendo fechadas. E.. não há como voltar atrás.
Boas Festas.