#155 Ao correr da pena

Preparo-me para ir para casa e escrevo mais umas linhas, desta vez a partir do meu gabinete nos bombeiros.
 
O que fará um tipo da minha idade, abraçar causas em regime de total voluntariado, optando por dedicar horas do seu tempo de vida em meio associativo?
 
Porque é que não prefiro dedicar o meu tempo a ganhar dinheiro e mais dinheiro?
 
Porque é que não prefiro antes ver televisão, ou sair à noite, ou simplesmente nada fazer?
 
Porque é que decidi, há tantos anos que a minha vida só teria valor se fosse partilhada com todos(as)?
 
Porquê?
 
Porque só sei ser feliz assim, ou visto por outro prisma, talvez porque esta é a única forma que encontrei de minimizar o meu sofrimento.
 
DAR! DAR! DAR!
 
Felizmente não sou o único… 
 
Obrigado a todos e a todas, que orbitam o meu mundo e me relembram todos os dias, que pese embora a tipologia das responsabilidades que carrego sozinho: a tarefa é no entanto de grupo e não de um só ser em particular.
 
Espero acordar amanhã, mas se acaso não acordasse, partia feliz, de coração cheio e com a certeza de com as condições que tinha nesta vida: fiz tudo quanto podia. Ou pelo menos… uma boa parte!
 
E essa sensação: não tem igual!
 
Até já.