Paro e penso nas vezes em que tive medo de ficar sozinho, ao longo da vida.
Tirando os tempos de criança em que pedia bastante atenção, (especialmente no meu caso que debilmente precisava de especiais cuidados de saúde) julgo que enfrentei bem essa barreira com o cair do pano.
Sempre gostei de ler. De escrever. De meditar. De passear sem ninguém. De ouvir ou tocar música sozinho. Aliás, a esse propósito, o piano tem sido uma recente feliz descoberta.
Mas, estaremos realmente sós quando estamos sem a companhia de ninguém? NÃO!
Se descobrirmos a enorme alegria que é privarmos com nós mesmos e de nos reinventarmos, quando iniciamos finalmente o caminho da redescoberta interior: nada mais nos amedronta.
No fundo, estamos e estaremos sempre sozinhos. Mas acompanhados de todas as histórias, de todas as memórias, de todos os corações que nos tocaram e que tocamos, também nós ao longo da nossa existência.
Sei que o amor mais puro e verdadeiro, acompanhar-me-à sempre! Amo e celebro pois a vida: todos os dias.
O momento do fim chegará, mas até aí o meu sorriso interior rejubilará de felicidade por mais essa derradeira viagem, que espero ainda demore… mas que não me mete medo. Duma nova etapa se tratará, apenas.
É pois bom estar vivo! Celebremos todos os dias essa dádiva, independentemente da nossa condição e aproveitemos ao máximo todas as oportunidades de aprendizagem, entre lágrimas e risos, entre despedidas e reencontros.
Até já.