#108 Dia de sol, em casa

Um radiante dia de sol! Já o haviam prometido os noticiários, o boletim meteorológico e os sinais no céu, eram por demais evidentes.
 
Imaginei as praias repletas de gente, nomeadamente de todos quantos aproveitam hoje o feriado de Lisboa, ou de Cascais.
 
Imaginei as filas de espera nos restaurantes à beira mar, o brilhante sol a queimar as peles e a bronzear os não morenos.
 
Lembrei-me de que sou moreno todo o ano, de que em casa o ar condicionado me sabe tão bem e pensei em todos os livros que não li e das papeladas por arrumar, dispersas um pouco por todo lado. 
 
Haverão certamente outros dias para dar um mergulho (pelos vistos o sol continua um pouco por todo o fim de semana e certamente ainda outros dias quentes virão).
 
Resultado: escolhi sorrir, no meio do cheiro dos livros e das minhas anotações, na habitual e excelente companhia, recordando momentos soltos e dispersos em papéis, que contam tantas e tantas histórias… Muitas que guardo para sempre, só eu.
 
Olhei para a colecção de cd’s imensa, que tenho acumulado ao longo dos anos… músicas que não escuto há muito, a par do silêncio, que cada vez mais gosto de escutar.
 
E também algum descanso, que isto de dormir quotidianamente sempre pouco, obriga por vezes (ainda que raramente) a um momento de excepção.  Tive-o hoje.
 
No fundo, não é preciso muito para me sentir feliz.
 
 
Viver, também é muito isto.